Câncer de Mama
O diagnóstico de câncer gera uma série de dúvidas, principalmente, sobre as mudanças com a aparência e na rotina. Pedir ajuda, tomar algumas decisões e se preparar física e emocionalmente são importantes nesse momento, afinal estar preparado contribui muito para o sucesso da sua terapia.
Câncer de Mama
Você sabia que, dos tipos de câncer, o de mama é o segundo mais comum entre as mulheres? Alguns deles têm desenvolvimento mais rápido que outros e, raramente, acomete homens, representando apenas 1% do total de casos.¹
Fatores de risco²
O envelhecimento é o principal fator de risco para o surgimento de diversos cânceres. Outros fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher também estão associados ao desenvolvimento da doença, entre eles:
- Menarca precoce (primeira menstruação).
- Nuliparidade (não ter tido filhos).
- Menopausa tardia.
- Terapia de reposição hormonal.
- História familiar de câncer de mama em parente de primeiro grau (mãe, filha ou irmã).
- Consumo de álcool.
- Obesidade
- Entre outros.
O câncer de mama ainda pode ser causado por mutações genéticas hereditárias, ou seja, herdada dos pais e, nesses casos são mais comuns em determinados grupos étnicos. Eles representam cerca de 5% a 10% de todos os diagnósticos.
Outro tipo é o câncer de mama de mama avançado é o que possui como característica tumoral os receptores de estrogênio positivos (ER+) ou receptores de progesterona positivos (PR+).4 Aproximadamente 67-70% das pacientes são diagnosticadas com ER+ ou PR+ são mais responsivas ao tratamento hormonal e têm um prognóstico melhor do que aquelas diagnosticadas com tumores negativos.5
Câncer de Mama Metastático²
O câncer de mama pode se espalhar para outras partes do nosso corpo, dando origem a metástases. Isso acontece porque células cancerígenas se separam do tumor primário e são transportadas para outros locais, como:
- Sistema linfático - O câncer entra no sistema linfático, é conduzido pelos vasos linfáticos e forma um tumor (tumor metastático) em outra parte do corpo.
- Sangue - O câncer entra no sangue, é conduzido pelos vasos sanguíneos e forma um tumor (tumor metastático) em outra parte do corpo.
O tumor metastático é do mesmo tipo do tumor primário, ou seja, se o câncer de mama se disseminar até os ossos, as células cancerígenas presentes nos ossos são células de câncer de mama. Assim, a doença é o câncer de mama metastático, e não o câncer nos ossos.
Câncer de Mama HER2-positivo
Após o diagnóstico de câncer de mama, alguns testes são feitos para estudar as células tumorais. Os resultados são importantes
para verificar a velocidade com que a doença pode evoluir, bem como indicar a terapia mais adequada.²
Um desses testes é o do receptor do fator de crescimento epidérmico tipo 2 (HER2). Nele, é medida a quantidade de proteína HER2
presente em uma amostra de tecido. Quando o teste detecta níveis muito aumentados (superexpressos) da proteína HER2 nas células do
tumor, temos o câncer de mama HER2 positivo (HER2+).²
Este subtipo de câncer de mama está presente em, aproximadamente, 15% das mulheres com a doença.³ Ele tende a crescer mais rapidamente
e tem mais chances de se disseminar para outras partes do corpo. Por isso, deve ser tratado com medicamentos específicos, direcionados ao receptor HER2.²
Referências Bibliográficas
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Tipos de Câncer: Mama. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama . Acesso em: mar. 2018.
2. NATIONAL CANCER INSTITUTE. Breast Cancer Treatment (PDQ®)-Patient Version. 2018. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK65969/. Acesso em: abr. 2018.
3. FIGUEROA-MAGALHÃES, M. C. et al. Treatment of HER2-positive Breast Cancer. Breast, v. 23, n. 2, p. 128-36, 2014.
4. Wilkens LR, Kolonel LN, Pike MC, Henderson BE. Breast cancer risk factors defined by oestrogen and progesterone receptor status: the multiethnic cohort study. Am J Epidemiol 2009; 15: 1251–1259.
5. Boér K. Fulvestrant in advanced breast cancer: evidence to date and place in therapy. Ther Adv Med Oncol, 2017; 9(7): 465-479.
O câncer de mama é uma doença na qual células malignas se formam nos tecidos da mama¹.
Na maioria dos casos, pode ser percebido logo em sua fase inicial.²
Dentre os seus sinais estão:1,2
- Nódulo ou espessamento na mama.
- Alteração no tamanho ou no formato da mama.
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja.
- Alterações no mamilo.
- Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço.
- Presença de pele franzida no peito.
- Saída de secreção anormal da mama.
Esses sinais também podem estar relacionados com doenças benignas da mama,¹ por isso, ao perceber um ou mais desses sintomas,
o médico deve ser procurado imediatamente para uma investigação criteriosa.²
Estar atenta em relação à saúde das mamas e saber se algo está diferente das suas características normais é fundamental para a detecção precoce do câncer de mama.²
Referências Bibliográficas
1. NATIONAL CANCER INSTITUTE. Breast Cancer Treatment (PDQ®)-Patient Version. 2018. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK65969/. Acesso em: abr. 2018.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Tipos de Câncer: Mama - Sintomas. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama/sintomas. Acesso em: abr. 2018.
Diagnóstico
Dificilmente o câncer de mama acomete mulheres antes dos 35 anos, mas, acima desta idade, sua incidência cresce progressivamente, principalmente após os 50 anos.¹
Dentre os exames realizados para o diagnóstico da doença estão:²
Mamografia: raio X usado para investigar o tecido mamário em busca de alterações.
Ultrassom das mamas: procedimento que se utiliza de ondas sonoras para identificar um nódulo.
Ressonância magnética: procedimento usado para fazer uma série de imagens detalhadas de ambas as mamas.
Biópsia: remoção de células ou tecidos para avaliação anatomopatológica de sinais de câncer. Esta amostra é analisada por um patologista.
Quatro tipos de biópsias podem ser utilizados para o diagnóstico do câncer de mama:²
- Biópsia excisional: remoção cirúrgica de todo o tecido.
- Biópsia incisional: remoção cirúrgica de parte/amostra do tecido.
- Biópsia do core: remoção de fragmentos de tecido usando uma agulha grossa.
- Biópsia por aspiração com agulha fina: remoção de tecido ou fluído usando uma agulha fina.
A confirmação do diagnóstico, bem como a determinação da extensão da doença e a identificação dos órgãos acometidos constituem um conjunto de informações fundamentais para:³
- Obtenção de informações sobre o comportamento biológico do tumor.
- Escolha do tratamento pelo médico.
- Previsão de possíveis complicações.
- Obtenção de informações para estimar o prognóstico.
- Avaliação dos resultados do tratamento.

*INCA
Referências Bibliográficas
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Tipos de Câncer: Mama. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama. Acesso em: mar. 2018.
2. NATIONAL CANCER INSTITUTE. Breast Cancer Treatment (PDQ®)-Patient Version. 2018. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK65969/. Acesso em: abr. 2018.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). ABC do Câncer: Abordagens Básicas para o Controle do Câncer. 3. ed. Rio de Janeiro: INCA, 2017.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Estimativa 2018: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2017.
Tratamento do câncer de mama¹
O tratamento a ser adotado para o câncer de mama é definido de acordo com o estadiamento do tumor (localização e extensão), aspectos biológicos e características específicas de cada paciente, como idade, presença ou não de comorbidades (outras doenças simultâneas) e preferências.





O estadiamento é realizado de acordo com a classificação criada pela União Internacional Contra o Câncer (UICC) e é baseado no fato de que os tumores seguem um curso biológico comum.
Classificados em I, II, III e IV, na avaliação são levados em consideração critérios como:
- Tamanho do tumor.
- Extensão da doença aos linfonodos.
- Presença ou não de metástases à distância.
Entre as terapias adotadas no câncer de mama estão:
- Cirurgia.
- Radioterapia.
- Quimioterapia.
- Hormonioterapia
- Terapia alvo.
Em casos de câncer de mama em estádios I e II, a cirurgia é utilizada como opção terapêutica inicial e pode ser realizada de duas formas:
- Procedimento cirúrgico conservador, ressecando apenas o tumor;
- Mastectomia, com a retirada parcial (simples) ou total (radical) da mama.
Após a cirurgia, caso seja avaliado alto risco de recorrência da doença, o tratamento pode ser complementado com radioterapia, quimioterapia e/ou hormonioterapia.
Os tumores em estádio III, por serem maiores, são classificados em operáveis e inoperáveis. Para os tumores operáveis, a primeira terapia utilizada é a cirurgia. Em casos de tumores
inoperáveis, a quimioterapia neoadjuvante, ou seja, antes de uma possível cirurgia, é utilizada como tratamento inicial, na tentativa de reduzir o tumor. Quando há resposta positiva,
o tratamento passa a ser por meio de cirurgia.
O estádio IV é considerado quando há presença de metástases à distância. Nesses casos, a terapia a ser realizada deve ter como base a possibilidade de o tumor responder ao tratamento e
o aumento de sobrevida do paciente.
Os Marcadores Tumorais²
Graças aos avanços da Biologia Molecular é possível obter um melhor entendimento dos mecanismos que regulam a proliferação e a diferenciação das células tumorais e também do desenvolvimento de metástases.
A identificação de marcadores tumorais que possam mostrar o comportamento dos tumores é importante, principalmente, no câncer de mama devido à variação na progressão da doença.
Terapia Alvo³
A terapia alvo é um tipo de tratamento que usa medicamentos ou outras substâncias para identificar e atacar células tumorais específicas, sem prejudicar as células normais. Anticorpos monoclonais, inibidores de tirosina quinase, inibidores de quinase dependentes de ciclina, entre outros, são alguns dos tipos de terapia alvo utilizados no tratamento do câncer de mama.
Anticorpo monoclonal³
A terapia com anticorpo monoclonal é um tratamento que utiliza anticorpos produzidos em laboratório, a partir de um único tipo de célula do sistema imunológico. Esses anticorpos podem identificar substâncias em células tumorais que podem ajudá-las a crescer. Os anticorpos se ligam a essas substâncias e matam as células tumorais, bloqueiam seu crescimento ou impedem que elas se disseminem.
Trastuzumabe³
Trastuzumabe é um anticorpo monoclonal que bloqueia os efeitos da proteína HER2, a que envia sinais de crescimento para as células do câncer de mama. Recomendado para pacientes com câncer de mama HER2+, é administrado por infusão e pode ser usado sozinho ou em combinação com quimioterapia, como terapia adjuvant, ou seja, que reforça a ação de outro medicamento.
Tratamento multidisciplinar integrado⁴
Os responsáveis pela indicação do tratamento mais adequado à paciente, com relação a cirurgia oncológica, quimioterapia e radioterapia são, respectivamente,
o cirurgião oncológico, o oncologista clínico e o radioterapeuta.
É importante que, qualquer que seja a terapia adotada, esse tratamento tenha uma abordagem multidisciplinar, envolvendo obrigatoriamente áreas técnico-assistenciais,
como enfermagem, farmácia, serviço social, nutrição, fisioterapeuta, reabilitação, odontologia, psicologia clínica, psiquiatria e estomaterapia.
Cada uma dessas áreas tem um papel bem estabelecido, possibilitando um resultado ainda mais efetivo quando trabalham de forma integrada.
Referências Bibliográficas
1. FRAZÃO, A.; SKABA M. M. F. V. Mulheres com Câncer de Mama: as Expressões da Questão Social durante o Tratamento de Quimioterapia Neoadjuvante. R. Bras. Cancerologia, v. 59, n. 3, p. 427-35, 2013.
2. EISENBERG, A. L. A.; KOIFMAN, S. Câncer de mama: marcadores tumorais (Revisão de Literatura). R. Bras. Cancerologia, v. 47, n. 4, p. 377-88, 2001.
3. NATIONAL CANCER INSTITUTE. Breast Cancer Treatment (PDQ®)-Patient Version. 2018. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK65969/. Acesso em: abr. 2018.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). ABC do Câncer: Abordagens Básicas para o Controle do Câncer. 3. ed. Rio de Janeiro: INCA, 2017.